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 Exposições 2017 

Cuir

Exposição coletiva

Alguém Mora Dentro de Mim

de Henrique Montagne

Manifestação do existir

Nova exposição do Casulo Cultural coloca em pauta questões políticas e de gênero

 

O corpo político que comunica a não fronteira do gênero, arte como meio de expressão geradora de potência para o existir. Cuir é uma resistência à norma, uma manifestação do existir.

 

“As imagens com suas raízes na internet apresentam uma jornada de identidade com obras sensíveis, de jovens artistas paraenses em seu particular grito de expressão”, afirma Pedro Sampaio, curador da exposição, que reúne trabalhos de Flores Astrais, Lucas Barros, Lucas Gouvea, Maite Zara, Meg Dias, Mia Icamiaba, Rafael Bqueer, Sid Manequim, Tarcisio Gabriel, Wellington Romário.  Na abertura da mostra o público vai ver de perto também performances de Montagne, Cílios de Nazaré e Black Jambu.

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Experimentando intimidades entre a fotografia, o vídeo, a performance e o desenho, a exposição “Alguém mora dentro de mim”, de Henrique Montagne abre a programação deste ano na galeria do Casulo Cultural, no próximo dia 21, às 18h. “Partindo desse ser que sou eu, que é objeto do acaso, eu vou construindo uma cartografia com textos, desenhos e fotos. Faço um convite a um universo intimista, que é simples, minimalista e singelo, mas carregado de intensidade”, afirma Montagne. A abertura da mostra foi embalada por performances com o artista e música com pocket show de Lariza Xavier.

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No digital e analógico, no anacronismo e equilíbrio, o artista divulga seus trabalhos na web, na rua e em espaços alternativos pela cidade. Atuou com produções culturais em Belém, como a 1 ª Edição e a 2ª edição do Solar das Artes, ocupação artística independente no Solar da Beira. Foi selecionado do III Salão de Arte Digital Xumucuís em 2014, salão de arte contemporânea digital com exibição no Museu da Casa das Onze Janelas e na Galeria de arte do Banco da Amazônia. Participou da exposição coletiva SPAM, em 2015 do Projeto Xumucuís com curadoria de Ramiro Quaresma ocupando o prédio da Universitec, na Universidade Federal do Pará e logo após no espaço Casulo Cultural. Ainda em 2015, o videoclipe que dirigido por ele da música "Falsos Abraços" do artista Kid From Amazon, foi selecionado para o 3º FAB (Festival do Audiovisual de Belém) no Cinema Olympia, também participou como artista convidado da Mostra de Arte Livre do Coletivo Lêstrada em 2016, no espaço colaborativo de arte, descobrimento e partilha "Mangal das Graças". E participou da exposição coletiva "DIAGRAMA" na Galeria Elétrica reunindo trabalhos selecionados das edições do Salão Xumucuís de Arte Digital. Em 2016, criou idealizou, junto com alguns amigos do curso de Artes Visuais o Assalto Coletivo, coletivo de arte e provocação, onde já obtiveram ações realizadas na área externa do atelier de artes visuais da Ufpa. Uma festa-ocupação intitulada "Bakanal", onde tiveram duas edições.

Seu novo trabalho, “Alguém mora dentro de mim” traz referências à Leonilson, Bas Jan Ader e C.F. Abreu. “É um convite a entrar no caos ´organizado´ que resulta em demonstrar essa perda da memória, de esquecer o caminho de volta de casa e andar só. Poéticas em torno do de desamar, da solidão, do encontro consigo mesmo”, comenta o artista.

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Página do artista cargocollective.com/he nriquemontagne

TransAções: Chiquita Profana 
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Uma das manifestações culturais mais tradicionais e profanas do Círio de Nazaré: A festa da Chiquita, inicia-se nos idos da década de 1970, num contexto que revela desde seu primórdio um ato de resistência em relação a expressão queer na cidade de Belém. A manifestação inicia-se após a passagem da berlinda que leva a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, durante a noite da trasladação. Esta festa surgiu do encontro de jornalistas, artistas, intelectuais e agregou no seu percurso uma diversidade de frequentadores, principalmente a comunidade LGBTT.

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Progressivamente marginalizada, ao longo dos anos foi ameaçada de encontrar seu fim ou desterritorialização por ordem de camadas conservadoras da sociedade e da organização do círio de Nazaré, que veem na festa uma afronta as celebrações nazarenas. Esse incomodo que a festa gera, acontecendo no centro da cidade e no meio das duas principais procissões, trasladação e círio, é parte da crescente e nada nova onda de manifestações de preconceito e homofobia na cidade de Belém e no restante do Brasil, encontrando validação e representação em bancadas religiosas do congresso nacional, que tentam no viés político, criar um retrocesso na garantia de direitos LGBTT e de outras expressões minorizadas da sociedade.

A exposição coletiva TransAções, faz frente de resistência a tendência reacionária que se instala no pais, representando as diversas maneiras e formas de ser e existir trans, tendo a Festa da Chiquita como catalizadora. As imagens suscitam reflexões sobre o corpo como centro das políticas que o disciplinam, pois é o corpo trans, suporte das ações travestidas, transexuais, transgêneras e transgressoras, que suporta as violências e exclusões sociais, e que manifesta também a identidade desses sujeitos. A partir da representação documental da festa, de registros de performances ou de alusões ao corpo, mesmo este não estando presente, que se discute as questões referentes aos gritos calados das bocas pintadas, purpurinadas e coloridas que tanto incomodam as mentes monocromáticas.

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Allan Jones

Ed Amanajas

Renata Aguiar

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Mostra ParÁFRICA

de Ana Carla Oliveira e Aíssa Mattos

A exposição é resultado de um projeto de documentação do povo negro do Pará, realizado pelas ativistas negras Ana Carla Oliveira e Aíssa Mattos, que a partir do contato com pessoas de outros Estados que achavam não haver representatividade negra no Pará, sentiram a necessidade de mostrar esse povo. Segundo dados do IBGE, 70% da população do Estado, se autodeclara negra ou parda, ainda assim a normatividade estética imposta à população como um todo é eurocêntrica.

 

O ensaio fotográfico, feito em diversos lugares e realizado ao longo de quase um ano, mostra a beleza, traços próprios da cultura e da estética desse povo, nos mais diversos ambientes e formas de ser e existir como homens e mulheres negras de diferentes idades no meio urbano ou rural.

 

Os retratos atuam na esfera da autorepresentação dos sujeitos fotografados que posam, podendo mostrar-se da maneira como desejam ser vistos e da representação em que as fotografas/ativistas tem como espaço de atuação a criação de um discurso de identidade e valoração de si mesmas e de outro, contestando um sistema de exclusão, reducionista, que invisibiliza toda uma gente.

 

Nesse sentido a arte e o ativismo atuam em consonância, criando um ensaio fotográfico que ultrapassa a esfera estética ou política e se projetam no âmbito simbólico da formação de identidades, desconstruindo valores e reconstruindo subjetividades presentes nas identificações com o outro e consigo mesmo dentro do conceito de raça, de cor e de povo!

 

 

Ed Amanajás e Renata Aguiar

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